O horror em cartaz
No cinema, o ano tem sido excitante para os fãs de terror, como eu. Não falo do trash, que também tem seu valor, mas do terror consistente.
A refilmagem de "Poltergeist" e a terceira parte de "Sobrenatural" estão entre os mais badalados. Guillermo del Toro, pai do divertido "Mama", vem aí com "A Colina Escarlate", outra boa promessa nessa nova temporada de sustos.
E ainda tem "A visita", de M. Nigth Shayamalan (dá um play no trailer ali encima), diretor que vem tentando, sem muito êxito, repetir o desempenho de "O Sexto Sentido" nas bilheterias.
E ainda tem "A visita", de M. Nigth Shayamalan (dá um play no trailer ali encima), diretor que vem tentando, sem muito êxito, repetir o desempenho de "O Sexto Sentido" nas bilheterias.
Um filme, porém, chega para revolucionar a concorrência. É o despretensioso "Unfriended", ainda inédito no Brasil. O Blog do Zivi já tinha dado um aperitivo, clique aqui para rever.
Vi durante as férias, em Nova York. Admito que tudo colaborou para que eu gostasse: o cinema incrível, a pipoca caramelizada de outro mundo, o refri à vontade e o fato de que não precisei de legendas, o que me deixou orgulhoso.
"Unfriended" parece um terror para adolescentes, mas vai além. O formato é inovador. O filme inteiro é um bate-papo pelo Skype com alguns jovens sendo perseguidos por um usuário fantasma. Até que eles descobrem que o tal usuário é uma garota que se matou um ano antes por causa de um vídeo constrangedor postado na rede.
Transportar para a telona a linguagem internética, crua, é tão arriscado quanto fazer um musical por definição, em que os atores apenas cantam. No caso de "Unfriended", no entanto, a novidade é instigante e deve agradar especialmente as plateias mais conectadas.
Transportar para a telona a linguagem internética, crua, é tão arriscado quanto fazer um musical por definição, em que os atores apenas cantam. No caso de "Unfriended", no entanto, a novidade é instigante e deve agradar especialmente as plateias mais conectadas.
O mote da vingança não é novo no cinema, mas é criativa a maneira como cada um vai sendo morto, no decorrer de um jogo psicológico e aflitivo. "Unfriended" (expressão que se refere à exclusão de um amigo no Facebook) levanta uma outra questão em tempos de redes sociais: o quão frágeis podem ser os relacionamentos, amorosos ou não.
O filme brinca com a imagem que gostamos de passar no mundo virtual, imaculada e festeira, enquanto a realidade esconde, quase sempre, um lado sombrio, invejoso e perigoso. Futilidade mata.
O final não é exatamente de fazer cair o queixo, mas é interessante. O elenco, embora jovem demais, é talentoso. E nunca ouvi falar do diretor, Levan Gabriadze, que, por enquanto, tem currículo inexpressivo. Digamos que começou bem.
Curiosas: "Unfriended" tem co-produção da MTV e teve outros nomes cogitados, como "Cybernatural" e "Offline".
No geral, nota 7. Pela ousadia, 10.
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